sábado, 23 de janeiro de 2010

Hola!

Mais uma vez, o pouco contato com PC's nos impediu de conferir assiduidade às atualizaçoes deste blog. Nao apenas o pouco contato, frise-se, mas o contato com màquinas pré-históricas, abastecidas a carvao e manivelas bem como sem entrada para USB, foi também um fator preponderante ao abandono involuntário deste espaço.

















Como dito no post anterior, Lucélia fora assediada por Macarena, fogoso exemplar de fêmea dester interessante animal que é a lhama. A foto, todavia, está vindo neste presente post, assim como algumas das fotos em Uyuni, no deserto e no salar.

















Ainda em Potosí, visitamos, junto a um grupo de argentinos excepcionais, as minas da cidade, aquelas das quais foram extraídos ouro e prata pelos colonizadores espanhóis às custas de sangue, suor e vidas indígenas. Dentro das minas, conhecemos "El Tio", o deus dos mineiros. Sim, queridos, o capeta é o deus dos mineiro dentro da mina. Fora, retornam a ser cristaos. Essa foi uma medida tomada pelo colonizador espanhol para, através do terrorismo sobrenatural, fazer com que os índios criassem vínculos religiosos com a mina ao, usando o cadáver de um mineiro, moldarem com terra e chifres a figura do tinhoso.



Na volta da mina, recebemos uma notícia que nos faria mudar o roteiro da viagem: a posse de Evo ocorreria no dia 21, em Tiwuanacu. Era dia 19 e, segundo o roteiro, deveríamos partir para Sucre no outro dia. Tchau, Sucre, Hola, Tiwanacu. Tivemos entao a oportunidade de vivenciar um momento histórico para o povo boliviano e para a América Latina, a segunda posse do primeiro presidente indígena do continente, com trajes, costumes e ritos indígenas. Um exemplo de uma legítima manifestaçao popular que atraiu gente de todos os cantos da Bolívia e também do continente. Índios, brancos e mestizos festejando a posse do primeiro boliviano genuíno e legítimo a assumir a direçao do país. Sem palavras. Este mesmo que vos escreve nao resistiu e se meteu no meio de um ciranda indígena. Branco atrevido, mas feliz e realizado por estar participando daquela festa cosmopolita e plurinacional.













De Tiwanacu, fomos a La Paz, cá onde estamos agora e donde vamos permanecer até o dia 27, quando voltamos para nossa desconhecida mas amada esquina de continente.



Novamente, este post serà abandonado para mais tarde ser retomado por motivos de força maior.

domingo, 17 de janeiro de 2010


















































Um dos pontos fortes desta viagem está sendo o fortíssimo choque de desnerdizaçao pelo qual estamos passando. Tal efeito pode ser notado na baixíssima frequencia com a qual este muquifo virtual vem sendo atualizado. A total falta de familiriade com teclados configurados em espanhol acaba por ser acentuado em virtude do teclado que este humilde relatante ter suas teclas apagadas quando nao coladas com adesivos respectivos. Nao estranhem a acentuaçao capenga ou inexistente. Ainda estou indo no google procurar letras para aqui copiar e colá-las. A conexao também nao colabora nem um pouco.




Uma observaçao deve ser feita antes de começar os relatos de hoje: a sensaçao de estar longe de Natal exatamente na época em que a cidade se infesta de adolescentes carecas com egos inflados é excelente.



Partindo do penúltimo post, fomos de La Paz para Arica, cidade chilena próxima a fronteira. Lá encontramos Diego, receptivo amigo das meninas.


De Arica, fomos para Antofagasta, cidade cuja maior atraçao turística é a escrotidao da sua graça.



Partimos, entao, para a desértica San Pedro de Atacama, de onde nascera o post anterior.


Junto a Marina, simpática argentina que acabou por se juntar ao grupo, seguimos a seguinte máxima financeira em terras chilenas: "quem converte, nao se diverte".


A primeira atraçao turística chilena que pudemos visitar a Laguna Cejar, onde a quantidade de sal em suas águas impede até o mais paquidérmico dos seres humanos de afundar. Eis a perfeita materializaçao do ditado popular "tomar banho de sal grosso": ao sairmos de suas águas, havia sal até em nossos umbigos.



Fomos logo após nos banhar em duas crateras no meio do deserto intituladas como "Ojos del Salar". O postador que agora vos relata foi o único do grupo a se aventurar intrepidamente nas verdejantes retinas do deserto, tal qual uma espécie de atrevida remela humana. Só vos aconselho a nunca mergulhar na altitude. Nunca.


Zarpamos entao para o Salar de Atacama. Nada comparado ao de Uyuni (Bolívia), que conhecemos hoje e que será analisado ainda neste post. O único problema foi aturar a tagarelice de adolescentes alemaes e canadenses no caminho. Sao assim em qualquer lugar do mundo.




No dia seguinte, conhecemos um salar de flamingos - estas elegantes, garbosas e afeminadas aves -, antes parando no meio do deserto por um problema na van, situacao a qual aproveitamos para exercitar a nossa inesgotável criatividade e tirar fotos em perspectiva, criatividade esta que repetiríamos hoje, no Salar de Uyuni.



Antes de chegarmos aos flamingos, pudemos comprovar novamente o quao surpreendente é este animal chamado lhama - ao que parece, a real protagonista deste espaço. Encontramos uma lhama fogosa chamada Macarena, a qual, por sua vez, engraçou-se com Lucélia, deferindo-lhe indiscretas beijoquinhas.

Visto o por-do-sol no Atacama, rumamos para Uyuni, onde vimos lagoas de todas as cores e vulcoes em atividade. Todavia, o Salar foi o ponto alto, situaçao a qual, novamente, em mais uma demonstraçao de criatividade suprema, tiramos novamente fotos em perspectiva. Antes disso, a propósito, conhecemos os geiseres, que nos deixaram com um agradável cheirinho de ovo podre que os mais teimosos insistem em dizer que é de enxofre.


A Arbol de Piedra, uma pedra no meio do deserto boliviano que para os mais abstratos e psicodélicos pode ter o formato de uma árvore, de uma rosa ou de um sorvete também foi pano de fundo para os nossos retratos.





A ilha dos cactos gigantes, Incahuasi, também é algo inacreditável. Porém, infelizmente, cá estou eu novamente a abusar da hospitalidade boliviana. A conexao novamente nao colabora. Nesses dias posto mais fotos, inclusive a da lhama assediando Lu. Abracos a todos.


































































































terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Atacama


Negada, estamos no Chile - em San Pedro do Atacama, pra ser mais preciso. No meio do deserto.

De frente ao nosso albergue, há esse mimo de aviso extremamente receptivo.

A propósito, eis um diálogo extremamente comum nestes tres países que visitamos:

Nativo: son de onde?

Nós: do Brasil.

Nativo: Aahh, Brasil, son de Sao Paulo?

Nós: Nao

Nativo: Rio de Janeiro?

Nós: Nao.

Nativo: Salvador?

Nós: Nao.

Nativo: Son de onde?

Nós: de Natal.

Nativo: Aaaahh....

Nós: Conoces????

Nativo: Nao.

Nós: Ah.

Nativo: Onde és?

Nós: En la esquina del continente.

Nativo: AAAH, RECIFE?

Nós: Nao...

Nativo: Fue um placer conocelos, buena viagem para ustedes.

Em breve mais atualizaçoes.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Hola!
























Ilustres senhores, senhoras, senhoritos, senhoritas, crianças e crianços acompanhantes deste blog, novamente restamos por acumular várias ocasioes pelas quais passamos nos últimos 6 dias também em virtude do pouco contato com computadores.

Ainda em Arequipa, Peru, fomos conhecer o Colca Canion, mais de 1000 metros mais profundo que o famoso Grand Canion norte-americano. Lar do famoso Condor - que de longe mais parece um urubu, pudemos presenciar um rasante do mesmo que, de fato, nos deu a certeza de que estávamos gastando os filmes de nossas câmeras fotografando uma majestosa ave -, o Colca Canion também possui montanhas cinematográficas que, de tao hollywoodianas, mais parecem aqueles cartoes postais das paredes do Midway.

Participamos também de um jantar onde presenciamos uma dança típica da cultura peruana; digo, presenciamos em parte, pois Ryan e Clara nao apenas presenciaram como participaram da manifestaçao folclória - aquela, a propósito, chegou se se vestir com as roupas típicas das dançarinas locais e dançar com o saltitante dançarino peruano.



Logo após, zarpamos para a Bolívia, onde cruzamos a fronteira até chegar em Copabacana, cidade homônima à famosa praia fluminense. O Caminho, naturalmente, cercado de fascinantes montanhas que rasgam as nuvens sem nenhuma parcimônia, mas agora com um adendo que, de tao esplendoroso, impossível é defini-lo com fotos, palavras, pinturas ou qualquer forma de manifestaçao artística: o lago Titicaca (por favor, senhores, Google para maior informaçoes).

Chegando em Copabacana, alguns dos humildes participantes deste quinteto sentiram o baque da boa aventurança em pisar em uma terra cujos ares de receptividade permeavam cada grao de areia que se fixava em nossos calçados já gastos de tanto caminhar por estas belíssimas terras latinas. Demos logo de cara com pequenos bolivianos jogando futebol, fazendo com que este que vos posta, atrevidamente, juntasse-se de forma entusiasta ao grupo de simpáticos futebolistas mirins.

Ainda em Copacabana, partimos de barco para a Isla del Sol, situada no Titicaca. Também nao vou me atrever a definir a esplendorosa vista dos nossos quartos e alpendres. É impossível.

Após a primeira noite, acordamos e fomos fazer a trilha do lado sul para o lado norte da ilha. 14 km no total, ida e volta. Retardamos muito a nossa caminhada em virtude das sucessivas e incessantes paisagens paradisíacas. Este que vos posta, entao, rendeu-se à popular, brega, adolescente e nao pouco fru-fru moda narcisística de tirar fotos do tipo "eu por mim mesmo". Mas só foi uma, ok?

Molhamos nossos pés no Titicaca. Um francês que estava conosco mergulho logo de sunga, dizendo que a água estava era quente.

A volta do caminho se deu por uma trilha de bodes, ovelhas, bois, vacas e porcos encontrada em meio a uma charmosíssima vila de camponeses. Caminhar meio a casas feitas de um tipo de tijolo manufaturado, com telhados de palhas e muretas de pedra sem argamassa em meio a um verde fulgurante donde pastavam animais e se encontravam as mais diversas culturas agrícolas foi excepcional. A beleza da simplicidade rural é um dos pontos fortes da ilha, que nao possui internet, motivo pelo qual este post está vindo um tanto quanto atrasado. Tivemos, inclusive, a oportunidade de cruzar em nosso caminho com uma formosa lhama branca chamada Alícia, com a qual tive a satisfaçao de tirar uma foto.

A propósito, a fauna peruana-boliviana, como já dito em posts anteriores, é das mais peculiares. Além do condor e das lhamas, conhecemos pessoalmente também as vicuñas, que mais parecem lhamas cruzadas com gazelas, as chinchilas, medonhas primas dos coelhos, burros topetudos e o melhor: várias ovelhas negras, as quais fiz questao de registrar na nossa trilha inicial à parte norte da ilha.

Saindo de lá, fomos novamente de barco para Copacabana, donde partimos para La Paz, cidade na qual este post fora escrito e cuja entrada há uma sugestiva estátua de Che pisando em uma águia.

Agora a Lan House está fechando e eu nao quero abusar da hospitalidade boliviana. Depois posto mais fotos. Abraços a todos.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Machu Picchu, finalmente














Pois é, amigos, familiares e nobres compañeros acompanhadores deste singelo e despretensioso blog. O pouco contato com tecnologias informacionais pelo qual passamos nos últimos dois dias nos impediu de mantê-lo atualizado, acumulando um monte de coisa para aqui pôr.




















Diferentemente dos nossos amigos poliglotas, quem nao fala espanhol vai se virando no portunhol - mais "portu" do que "nhol", devo admitir. Mas dando pra comer e pra ir ao banheiro, a comunicacao é sempre válida (o que nao é válido sao esses teclados configurados em espanhol, mas fazer o que?)


















Conhecemos a Plaza de Armas de Lima. Belíssima, como podem ver pelas fotos. Nada de sóis de lona com olhares de quem está sob efeito de narcóticos e tampouco anjos corneteiros do apocalipse acompanhados por uma decoracao natalino-junino-carnavalesca.






















De Lima, fomos para Cusco, onde passamos o reveillon. A cidade está infestada de brasileiros, reconhecíveis pelas camisas do Flamengo e Sao Paulo. Alguns gremistas tambem além de um certo natalense americano que nao conseguiu fugir ao clichê de levantar o brasao alvirrubro em terras cusquenhas. Pudemos identificar nossos iguais nordestinos quantidade de peles e casacos que usavam.
























Conseguimos encontrar algumas celebridades das mais inusitadas em Cusco. Uma delas foi Priscila, da finada TV Colosso, que hoje trabalha como guia nas estreitas e charmosas ruelas de Cusco.
































Conhecemos também uma salina e viajamos muito entre as montanhas - inclusive de trem, na ida para Machu Picchu. Excepcional demais vc olhar para os lados e ver montanhas cujos topos nao é possível enxergar visto que ultrapassam as nuvens.




Conhecemos também a famigerada lhama, este bisonho ser que mais parece um cruzamento malfeito de girafa com ovelha. A lhama é um caprino - ou equino, nao sei qual é o filo disso e a lentidao da conexao me desestimula totalmente a consultar o Google - muito peculiar, a começar por sua forma de defesa. Enquanto seus primos cavalos, jumentos, borregos, poneis e afins defendem-se com coices, a lhama, esta infame, defende-se com cusparadas. Sim, aproxime-se furtivamente de uma lhama e, se porventura ela lhe ver como uma ameaça, levarás uma singela goipada na face.


Demos uma passada em Ollaytantambo, onde participamos de festividades dos povos indígenas da regiao. Este que vos posta e Lucélia nos voluntariamos, frente ao prefeito da cidade, a tentar acertar objetos de madeira com um quadrado, participando de uma espécie de tradiçao que se realiza periodicamente entre os habitantes da regiao.









Acerca da Cidade Perdida dos Incas, em Machu Picchu, sem palavras. Vejam as fotos.





















Pegamos o trem de volta à Cusco e, logo que chegamos, partimos para Arequipa, onde chegamos hoje e cá estamos ainda (a foto do brinde é nesta cidade). Mais atualizaçoes em breve com novas fotos , já que nas outras duas câmeras há mais fotos interessantes. Abraços a todos.